segunda-feira, 5 de março de 2012

Dia internacional da mulher

Em 8 de março celebraremos novamente o Dia Internacional da Mulher. A origem desta data comemorativa encontra-se associada aos movimentos feministas que buscavam mais dignidade para as mulheres numa sociedade que ainda no século XVIII impunha às mulheres péssimas condições de trabalho, restrição aos espaços públicos e à cultura, exploração sexual, preconceito de gênero, dentre outras questões que feriam a cidadania das mulheres.

8 de março de 1857, na perspectiva capitalista, é uma data de referência para a comemoração do dia das mulheres, pois neste dia 129 tecelâs novaiorquinas da fábrica de tecidos Cotton foram trancadas e queimadas vivas no próprio ambiente de trabalho por iniciativa da polícia da época e dos donos da empresa, por reivindicarem melhores condições de trabalho, o direito de redução da jornada de trabalho diária de 16 horas para 12 horas, equiparação de seus salários aos dos homens e digno tratamento no ambiente de trabalho.

Durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca (1910), a feminista Clara Zetkin sugeriu que, em recordação às operárias de Nova Iorque – Estados Unidos da América, o 8 de março foi considerado Dia internacional da Mulher.

Em 1975, a Organização das Nações Unidasdeclarou a década de 1975 a 1985 como a década da mulher, reconhecendo o 8 de março como o seu dia. Em 1977, a Unesco considerou oficialmente este dia como o Dia da Mulher, em homenagem às 129 operárias queimadas vivas.

Em vários países a data vai além do caráter comemorativo. Além de homenagens às mulheres fazem-se conferências, seminários com o intuito de refletir sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea, tendo em vista a superação do preconceito e das diferenças de gênero.

Pesquisadoras como Dolores Farias (UFC) e Naumi Vasconcelos (UFRJ), de acordo com Gionotti (2004), põem em questão a origem do oito de março, levantando a possibilidade do evento de 1857 nunca ter existido, baseando-se na obra de Renée Côté (1984): “O Dia Internacional da Mulher – Os verdadeiros fatos e datas das misteriosas origens do 8 de março, até hoje confusas, maquiadas e esquecidas”. A esse respeito, informa Gionotti (2004) que:

A canadense Renée Côté pesquisou, durante dez anos, em todos os arquivos da Europa, EUA e Canadá e não encontrou nenhuma traça da greve de 1857. Nem nos jornais da grande imprensa da época, nem em qualquer outra fonte de memórias das lutas operárias.
Ela afirma e reafirma que essa greve nunca existiu. É um mito criado por causa da confusão com as greves de 1910; de 1911, nos EUA; e 1917, na Rússia.
Essa confusão se deu por motivos históricos políticos, ideológicos e psicológicos que ficarão claros no fim do artigo.
Pouco a pouco, o mito dessa greve das 129 operárias queimadas vivas se firmou e apagou da memória histórica das mulheres e dos homens outras datas reais de greves e congressos socialistas que determinaram o Dia das Mulheres, sua data de comemoração e seu caráter político.
Já em 1970, o mito das mulheres queimadas vivas estava firmado. Rapidamente foi feita a síntese de uma greve que nunca existiu, a de 1857, com as outras duas, de costureiras, que ocorreram em 1910 e 1911, em Nova Iorque.
Nesse ano de 1970, com centenas de milhares de mulheres americanas participando de enormes manifestações contra a guerra do Vietnã e com um forte movimento feminista, em Baltimore, EUA, é publicado o boletim Mulheres-Jornal da Libertação. Neste já se reafirmava e se consolidava a versão do mito de 1857.
Mas, na França, essa confusão não foi aceita tranqüilamente por todas e todos. O jornal nº 0, de 8 de março de 1977, História d´Elas, publicado em Paris, alerta para esta mistura de datas e diz que, em longas pesquisas, nada se encontrou sobre a famosa greve de Nova Iorque, em 1857. Mas o alerta não teve eco.

As controvérsias estão postas. Salve a historiografia! Às mulheres socialistas devemos a real origem do dia internacional das mulheres.

Referência
GIANNOTTI, Vito. O Dia da Mulher nasceu das mulheres socialistas. Disponível em: <http://www.piratininga.org.br/publicacoes/mulher-miolo.pdf>. Acesso em: 05 Mar. 2012.


Frases para o Dia da Mulher
A história da mulher é a história da pior tirania que o mundo conheceu: a tirania do mais fraco sobre o mais forte. (Oscar Wilde).

Não se nasce mulher: torna-se. (Simone de Beauvoir).

A mulher é uma substância tal, que, por mais que a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova. (Léon Tolstoi).

O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso. (Friedrich Nietzsche)

Cuida-te quando fazes chorar, uma mulher, pois Deus conta as suas lágrimas... A mulher foi feita da costela do homem e não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior... E sim do lado para ser igual, debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada! (Provérbio judaico)

Existem três coisas que os homens podem fazer com as mulheres: amá-las, sofrer por elas, ou torná-las literatura. (Stephen Stills)

A sabedoria das mulheres não é raciocinar, é sentir. (Immanuel Kant)

Quem não sabe aceitar as pequenas falhas das mulheres não aproveitará suas grandes virtudes. (Khalil Gibran)

Acredito que o talento especial da mulher é elétrico em movimento, intuitivo em função e espiritual em tendência. (Margaret Fuller)

quinta-feira, 1 de março de 2012

Lev Vygotsky - Uma cronologia e etapas da produção intelectual

05/11/1896 – Lev Vygotsky nasceu em Orsha – Rússia.

1897 – Acompanha sua família para Gomel, localidade próxima à Bielo-Rússia onde tinham sido instalados os judeus, na Rússia tzarista.
1913 – Terminou os estudos secundários no Liceu reservado a crianças judias (Gymnasium judaico de Gomel), obtendo diploma com medalha de outro. Antes de entrar no Liceu, recebeu em domicílio e de um preceptor a sua instrução primária. Apesar de ser considerado aluno notável, teve dificuldade, por ser judeu, de entrar na universidade de sua escolha.
1917– Concluiu seus estudos universitários, realizados ao mesmo tempo na Universidade de Moscou e Universidade Chaviavski. Estudou História, Filosofia, Psicologia e Literatura. Retorna a Gomel e torna-se professor em escola estadual até 1924, ano em que se casou com Rosa N. Smejova.
Períodos relevantes da vida intelectual de Lev Vygotsky:
Primeiro período (1917 a 1924)
Destacou-se em Gomel pela (co)organização de encontros literários, apresentando e discutindo obras de escritores e poetas clássicos e modernos. Redigiu críticas literárias e teatrais, conhecendo muitos artistas e intelectuais da época. Atuou também no Instituto de Formação de Professores de Gomel, estabelecendo aí um laboratório de Psicologia e efetuando suas primeiras experiências em psicologia.
Realizou conferências sobre temas ligados à Psicologia e à Pedagogia e preparou grande parte da obra “Psicologia Pedagógica”.
1920 – Tem sua primeira crise de tuberculose, doença que o atormentaria pelo resto de sua vida.
1924 – Vygotsky apresentou comunicação sobre “Os métodos da pesquisa em Reflexologia e em Psicologia”, no II Congresso Pan-russo de Psiconeurologia, criticando a reflexologia de Pavlov e de Bekhterev. Retomou, com profundidade, a crítica da reflexologia em outubro do mesmo ano, na Conferência de Psicologia de Moscou, em conferência com o título “A consciência como problema da psicologia do comportamento”.
Foi convidado a trabalhar no Instituto de Psicologia Experimental de Moscou, então dirigido por Kornilov. Esse instituto exerceu forte influência sobre o desenvolvimento do pensamento científico de Vygotsky.
Dedicação de Vygotsky à educação de crianças deficientes, participando da fundação do Instituto de Defectologia.
 
Segundo período (1924 a 1934)
1925 – Apresentou comunicação ao Congresso Internacional sobre a educação de surdos-mudos, em Londres, visitando diversos laboratórios de Psicologia. Retornando a Moscou, foi novamente atacado pela Tuberculose, obrigando-se a internasse em sanatório, no qual redigiu manuscrito sobre a significação histórica da crise da psicologia.
Redigiu textos teóricos sobre áreas e temas variados: Psicologia da Arte, Defectologia, Pedagogia, formação de conceitos, relações entre pensamento e linguagem e entre desenvolvimento e aprendizagem.
1933 – Reuniu na obra “Pensamento e linguagem”, os textos que dedicou desde 1929 à linguagem e o desenvolvimento dos conceitos.
11/06/1934– Lev Vygotsky faleceu de Tuberculose, aos 38 anos de idade.


 
 
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